Pages

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Pinto da Madrugada



O bloco carnavalesco Pinto da Madrugada nasceu de uma associação de amigos, profissionais liberais e professores universitários, independentes financeira e politicamente, cujo principal elo entre os mesmos neste projeto foi, e é, o apego às tradições culturais de sua terra, especificamente aquelas ligadas ao carnaval.

O Bloco sempre teve como meta primordial o resgate dos nossos mais autênticos festejos de Momo, fosse nas trilhas musicais (com ênfase ao incentivo a novos compositores e frevos ou à recuperação de antigas e esquecidas músicas do cancioneiro carnavalesco caeté), fosse na total abertura à participação popular, desde que o Bloco nunca cogitou restringir essa integração, fosse através de cordas ou qualquer outro instrumento restritivo.

O Bloco, em sua primeira apresentação pública,  a Cerimônia de Batizado, ocorrida em janeiro de 2.000, homenageou as grandes figuras que contribuíram com o carnaval na história de Alagoas. Ali receberam a  “Comenda da Ordem do Pinto“ ilustres representantes do nosso gentio no carnaval, como o folião Prego, o maestro Manezinho, o radialista Edécio Lopes, muitos dos quais estariam definitivamente esquecidos, caso não existisse a iniciativa do Pinto da Madrugada. Essas justas homenagens têm se repetido rotineiramente a cada aniversário. 



>> Estandarte do Bloco

 Na Cerimônia do Batizado, prestigiada pelo seu padrinho – o Bloco de Máscaras Galo da Madrugada de Recife, que aqui compareceu representado por seu estandarte, guarnecido por um formidável grupo de passistas, trazido em pessoa por seu presidente e fundador Eneias Freire, teve ainda participando de sua comitiva outras figuras ilustres do carnaval maurício, como o ex-ministro Gustavo Krause, um consagrado folião pernambucano. Naquela ocasião, uma belíssima manhã de Domingo, tendo como palco a avenida Sílvio Viana, a população presenciou, participou e aplaudiu um espetáculo inusitado entre nós: a Cerimônia de Batismo do Estandarte, quando os dois estandartes (o do Galo da Madrugada, padrinho e o do Pinto da Madrugada, o afilhado)  se encontraram sob o forte sol da manhã, acompanhados, ambos, por uma guarnição de primorosos passistas, ao som dos mais amados frevos do carnaval brasileiro.

No seu primeiro desfile, uma semana após o batizado, o Bloco manteve a sua proposta de ser uma agremiação aberta a quem dela quisesse participar, tivesse adquirido ou não a camiseta ao custo módico de R$ 10,00 (dez) reais. Uma concentração às seis horas da manhã foi animada pelos “Seresteiros da Pitanguinha “, conhecido e aclamado grupo de músicos amadores,  e o desfile propriamente dito foi inicialmente esquentado pelo maestro Manezinho e depois conduzido pela Banda Vulcão da Polícia Militar de Alagoas,agraciada pela presença de um coral regido pela maestrina Fátima. Naquela ocasião, cerca de 5.000 foliões estiveram na avenida em perfeita e total harmonia do começo até o fim do desfile.

Desde então, o Bloco só tem crescido, angariado amigos, simpatizantes e participantes, não só oriundos de Alagoas, como vindos de diversos outros estados da região, atraídos pela proposta original de um séquito de orquestras, todas no chão, em contato direto com os foliões, que cantam e dançam ao som de frevos e marchinhas tão apreciadas pela população.


Do primeiro desfile – que contou apenas com a orquestra Vulcão --, até o último em 2002, que já disponibilizou o total de 10 orquestras, o Bloco tem procurado oferecer ao crescente número de foliões o que possuímos de melhor. Assim, a participação das orquestras de diversos municípios alagoanos tem sido fundamental para a sobrevivência e soerguimento das mesmas, as quais têm atualmente, como  principal atividade, a participação no desfile anual do Pinto da Madrugada.

O terceiro desfile do Pinto da Madrugada, em 2002, já contou com um público participante, calculado pela Polícia Militar, de 25.000 pessoas, o que já consagra o bloco, não só como o maior de Alagoas, como o terceiro maior do Brasil. Para glória de todos os alagoanos, os desfiles, a cada ano, atraem mais jovens e tem se pautado, não só pela participação, descontração e alegria, como pela confraternização e harmonia, não se registrando até agora, e certamente não se registrará, nenhum episódio de violência. Teremos em 2003, 15 orquestras na avenida, todas tocando para que cantemos as músicas que tanto nos emocionam e encantam.

Sejam bem vindos ao Pinto da Madrugada! Venham cantar, dançar, confraternizar e se alegrar com os amigos, sob o cenário extraordinário da Pajuçara e da Ponta Verde e que seus mais recônditos sonhos de carnaval sejam realizados!

Até lá, nós os esperamos de braços abertos e com o frevo no pé!